Artigos Educativos sobre Gestão Tributária
Artigo 1: Os 10 erros mais comuns do MEI e como evitá-los
Ser MEI oferece muitas vantagens, mas também exige atenção a detalhes importantes. Conheça os erros mais frequentes e aprenda a evitá-los:
1. Não controlar o faturamento mensal
Muitos MEIs não acompanham de perto quanto estão faturando ao longo do ano. Isso pode levar a ultrapassar o limite de R$ 81.000,00 sem perceber, gerando problemas fiscais e necessidade de desenquadramento retroativo com pagamento de impostos adicionais.
Como evitar: Mantenha uma planilha simples ou use aplicativos de controle financeiro para registrar todas as vendas e serviços prestados. Faça uma revisão mensal do faturamento acumulado.
2. Esquecer de pagar o DAS mensalmente
O pagamento do DAS é obrigatório todo mês, mesmo que você não tenha tido faturamento. Muitos MEIs esquecem de pagar, acumulando dívidas com multas e juros.
Como evitar: Configure lembretes no celular ou e-mail para o dia 15 de cada mês. Considere programar débito automático ou usar serviços de assessoria que enviam alertas de vencimento.
3. Não fazer a Declaração Anual (DASN-SIMEI)
A declaração anual é obrigatória até 31 de maio de cada ano. Não fazer a declaração gera multa e pode levar ao cancelamento do CNPJ.
Como evitar: Marque no calendário e organize seus documentos com antecedência. Se tiver dificuldade, contrate uma assessoria especializada para fazer a declaração corretamente.
4. Misturar finanças pessoais com empresariais
Usar a mesma conta bancária para despesas pessoais e do negócio dificulta o controle financeiro e pode gerar problemas na hora de comprovar faturamento.
Como evitar: Abra uma conta bancária exclusiva para o MEI. Isso facilita o controle, profissionaliza o negócio e ajuda na organização financeira.
5. Não emitir nota fiscal quando necessário
Ao vender para empresas (pessoa jurídica), o MEI é obrigado a emitir nota fiscal. Não fazer isso pode gerar problemas fiscais e perda de clientes.
Como evitar: Cadastre-se no sistema de nota fiscal eletrônica da sua cidade e aprenda a emitir notas. É mais simples do que parece e valoriza seu negócio.
6. Exercer atividade não permitida para MEI
Nem todas as atividades podem ser exercidas como MEI. Trabalhar em área não permitida pode levar ao desenquadramento e problemas fiscais.
Como evitar: Antes de abrir o MEI, consulte a lista oficial de atividades permitidas. Se sua atividade não está na lista, considere outras formas de formalização.
7. Contratar mais de um funcionário
O MEI pode ter apenas um funcionário registrado. Contratar mais pessoas sem regularizar a situação gera multas trabalhistas e previdenciárias.
Como evitar: Se precisar de mais funcionários, planeje o desenquadramento do MEI e migre para Microempresa (ME), que permite mais contratações.
8. Não guardar documentos fiscais
Notas fiscais de compras, recibos e comprovantes devem ser guardados por pelo menos 5 anos. A falta desses documentos pode gerar problemas em fiscalizações.
Como evitar: Crie um sistema de organização de documentos, seja físico ou digital. Digitalize documentos importantes e faça backup em nuvem.
9. Ignorar mudanças na legislação
As regras do MEI podem mudar, incluindo valores do DAS, limite de faturamento e atividades permitidas. Não se atualizar pode levar a erros e irregularidades.
Como evitar: Acompanhe sites oficiais como Portal do Empreendedor e Receita Federal. Considere ter uma assessoria que mantenha você informado sobre mudanças importantes.
10. Não planejar o crescimento do negócio
Muitos MEIs crescem sem planejamento tributário, o que pode resultar em desenquadramento inesperado e pagamento de impostos retroativos.
Como evitar: Faça planejamento tributário anual. Se o negócio está crescendo, consulte um especialista para avaliar o melhor momento e forma de migrar para outro regime tributário.
Conte com a Sennior: Nossa equipe está preparada para ajudar você a evitar todos esses erros. Oferecemos consultoria completa e acompanhamento contínuo para que seu MEI esteja sempre regular e otimizado.
Artigo 2: Planejamento tributário para MEI: quando vale a pena mudar de regime
O MEI é uma excelente opção para quem está começando, mas nem sempre é o regime mais vantajoso conforme o negócio cresce. Entenda quando vale a pena considerar a mudança:
Sinais de que pode ser hora de mudar de regime:
Faturamento próximo ao limite: Se você está faturando consistentemente acima de R$ 70.000,00 por ano, está próximo do limite e pode ultrapassá-lo a qualquer momento. Neste caso, vale planejar a migração.
Necessidade de contratar mais funcionários: Se seu negócio precisa de mais de um funcionário para crescer, você precisará migrar para ME (Microempresa) ou EPP (Empresa de Pequeno Porte).
Despesas operacionais altas: O MEI paga um valor fixo mensal, mas não pode deduzir despesas. Se você tem muitas despesas com fornecedores, aluguel, funcionários, etc., outros regimes podem ser mais vantajosos.
Oportunidades de negócio maiores: Algumas empresas preferem trabalhar com fornecedores que não sejam MEI. Participar de licitações maiores também pode exigir outro porte empresarial.
Opções de regime tributário após o MEI:
Simples Nacional: Regime simplificado para empresas com faturamento até R$ 4,8 milhões por ano. Os impostos são calculados sobre o faturamento, com alíquotas progressivas que variam conforme a atividade e o faturamento.
Lucro Presumido: Indicado para empresas com faturamento até R$ 78 milhões por ano e margem de lucro alta. O imposto é calculado sobre uma margem de lucro presumida pela lei.
Lucro Real: Obrigatório para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões ou de certos setores. O imposto é calculado sobre o lucro efetivo da empresa.
Comparativo de custos (exemplo para serviços):
Regime |
Faturamento Anual |
Impostos Aproximados |
Observações |
MEI |
R$ 81.000,00 |
R$ 852,00/ano |
Valor fixo, sem deduções |
Simples Nacional |
R$ 100.000,00 |
R$ 6.000,00 a R$ 15.000,00/ano |
Varia conforme atividade e anexo |
Lucro Presumido |
R$ 200.000,00 |
R$ 22.000,00 a R$ 30.000,00/ano |
Pode ser vantajoso com alta margem |
Como fazer a transição de forma planejada:
- Análise financeira: Faça uma projeção detalhada de faturamento e despesas para os próximos 12 meses
- Simulação tributária: Calcule quanto pagaria de impostos em cada regime com base na sua realidade
- Planejamento de caixa: Considere que outros regimes têm custos mensais maiores e exigem capital de giro
- Contratação de contador: Outros regimes exigem contador obrigatório, inclua esse custo no planejamento
- Timing adequado: Escolha o melhor momento do ano para fazer a transição, considerando fluxo de caixa e obrigações fiscais
Atenção: A mudança de regime tributário é uma decisão estratégica importante. Não faça isso sem orientação profissional. A Sennior oferece consultoria especializada para avaliar sua situação e indicar o melhor caminho.
Artigo 3: Direitos previdenciários do MEI: o que você precisa saber
Ao pagar o DAS mensalmente, o MEI contribui para a Previdência Social e tem direito a diversos benefícios. Entenda quais são seus direitos e como garantir acesso a eles:
Benefícios previdenciários do MEI:
Aposentadoria por Idade: Mulheres podem se aposentar aos 62 anos e homens aos 65 anos, desde que tenham contribuído por pelo menos 15 anos (180 meses). O valor da aposentadoria será de um salário mínimo.
Aposentadoria por Invalidez: Se o MEI ficar permanentemente incapaz de trabalhar por doença ou acidente, tem direito a aposentadoria por invalidez no valor de um salário mínimo, desde que tenha contribuído por pelo menos 12 meses.
Auxílio-Doença: Em caso de doença ou acidente que impeça o trabalho por mais de 15 dias, o MEI tem direito ao auxílio-doença no valor de um salário mínimo. É necessário ter contribuído por pelo menos 12 meses, exceto em casos de acidente.
Salário-Maternidade: A MEI gestante tem direito a salário-maternidade de um salário mínimo por 120 dias (4 meses). É necessário ter contribuído por pelo menos 10 meses, exceto em casos de adoção ou parto prematuro.
Pensão por Morte: Em caso de falecimento do MEI, seus dependentes (cônjuge, filhos menores de 21 anos, etc.) têm direito a pensão por morte, desde que o MEI tenha feito pelo menos 18 contribuições mensais.
Auxílio-Reclusão: Se o MEI for preso, seus dependentes podem ter direito ao auxílio-reclusão, desde que atendidos os requisitos legais.
Como garantir seus direitos previdenciários:
- Mantenha o DAS em dia: Cada mês sem pagamento é um mês sem contribuição, o que pode atrasar sua aposentadoria
- Guarde os comprovantes: Mantenha todos os comprovantes de pagamento do DAS organizados
- Acompanhe seu CNIS: Consulte periodicamente seu Cadastro Nacional de Informações Sociais no site do INSS para verificar se as contribuições estão sendo registradas
- Regularize débitos: Se tiver meses em atraso, regularize o quanto antes para não perder tempo de contribuição
Complementação de contribuição:
O MEI contribui com base no salário mínimo. Se desejar se aposentar com valor maior ou por tempo de contribuição, é possível complementar a contribuição pagando a diferença entre 5% e 20% sobre o salário mínimo através da Guia Complementar de Recolhimento (GPS).
Importante: A complementação deve ser feita mensalmente, no mesmo mês da contribuição do DAS. Não é possível complementar contribuições antigas. Consulte a Sennior para entender se vale a pena fazer a complementação no seu caso.
Como solicitar benefícios:
Para solicitar qualquer benefício previdenciário, o MEI deve:
- Acessar o site ou aplicativo Meu INSS
- Fazer login com CPF e senha
- Selecionar o benefício desejado
- Preencher os dados solicitados
- Anexar documentos necessários
- Acompanhar o andamento do pedido pelo sistema
Em casos mais complexos ou se houver negativa do benefício, é recomendável buscar orientação jurídica especializada em direito previdenciário.